Por Dora Carvalho
E se os
crimes atuais fossem ecos do passado? E se a história mostrasse os caminhos das
investigações? A ótima sacada da série Whitechapel é ter um roteiro baseado em
crimes reais ocorridos no distrito londrino de mesmo nome ao longo dos últimos 200 anos.
O bairro é
famoso desde o final do século 19, quando Jack, o Estripador cometeu o que se
chama hoje de assassinatos em série e matou cinco mulheres de forma
assustadora, provocando terror na população da época. O primeiro serial killer
da história nunca foi descoberto. Em 2008, a série Whitechapel reconta esses
crimes. O detetive Joseph Chandler, vivido pelo ator Rupert Penry-Jones, é um
policial metódico e cheio de manias que precisa resolver um caso que corre
sérios riscos de também ficar sem solução.
Whitechapel
tem quatro temporadas. Cada uma delas desenvolve a ideia de que a história pode
fornecer indícios de como descobrir o chamado “modus operandi” dos criminosos.
O trio de
protagonistas tem, além de Penry-Jones, os divertidos atores Phil Davis, que
faz o detetive Miles (excelente!), e Steve Pemberton como Edward Buchan, um guia turístico
de roteiros de casos misteriosos,
obcecado por crimes não solucionados. O ritmo acelerado do roteiro e o
humor britânico despertam o interesse desde o primeiro episódio. E a empatia
com os atores seguram o telespectador, já que o destino de cada um fica em
cheque ao longo dos episódios.
A série,
embora tenha um início muito promissor, começa despretensiosa. E essa é a
melhor qualidade da trama, que vai se desenvolvendo conforme as pesquisas
históricas dos investigadores. É um enredo clássico de crimes. Bem próximo das
narrativas de Arthur Conan Doyle ou Agatha Christie. Um assassinato é cometido
e as pistas surgem aos poucos, mas de modo que confunde o espectador para
segurar o suspense até a revelação final, bem no ritmo de thriller. O enredo,
de maneira implícita, questiona ainda se o excesso de exposição midiática de
crimes, tornando criminosos verdadeiras celebridades, não seria também uma
forma de provocar ainda mais violência.
Em um mês de poucos lançamentos no cinema, a saída é aproveitar para ver seriados curtos como Whitechapel. A série está
disponível apenas em DVDs importados ou pelo Netflix.
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