Por Dora Carvalho
Histórias
de atletas olímpicos quase sempre podem render um filme. Drama, superação,
conquistas, vitórias, fama, fracasso são elementos recorrentes no esporte e nas
telas. Mas algumas são tão inusitadas que parecem sugerir o contrário. De fato
aconteceram, mas soa mesmo como um enredo de cinema.
A vida do
esquiador Eddie Edwards ou Eddie The Eagle, como o atleta ficou conhecido nos
jogos olímpicos de inverno de 1988, é uma dessas histórias cheias de
reviravoltas e que começou com um sonho de menino de ser atleta olímpico e
ganhar uma medalha. E acabou virando agora o filme Voando Alto. A infância cheia de limitações para andar por causa de problemas nos joelhos não desanimou o
garoto do interior da Inglaterra que sonhava em carregar o símbolo dourado no
peito. Só uma lembrança: os mesmos jogos de 1988 também renderam o filme
Jamaica Abaixo de Zero (1993).
O ator
Taron Egerton (Kingsman/2015), de 26 anos, era um bebê quando Eddie The Eagle
marcou o primeiro recorde britânico de salto em esqui em mais 50 anos. Mas a
interpretação do artista é o que mais cativa em Voando Alto, terceiro filme
dirigido por Dexter Fletcher. O roteiro é simples e pouco inovador para o
gênero, mas conquistou a atenção dos atores Hugh Jackman, Christopher Walken,
Jim Broadbent e Keith Allen, que fazem deliciosas participações no longa,
principalmente na segunda parte do filme. Egerton se esforça e convence na pele
do esquiador desajeitado, com óculos de grau de lentes grossas e trejeitos
atrapalhados e pode agradar o público adolescente.
Jackman
interpreta Bronson Peary, um esquiador decadente e bêbado, que vive isolado em
uma estação de esqui na Alemanha. Walken faz uma minúscula participação, mas o
suficiente para encantar, como sempre, com a elegância de um ator capaz de
qualquer papel. O mesmo acontece com Jim Broadbent que, junto com o restante do
elenco, faz uma cena ridícula e hilária ao mesmo tempo, mas que garante a
diversão no ponto alto do longa.
O filme tem
os clichês típicos de histórias de superação do cinema, inclusive com a trilha
sonora anos 80, mas não importa. Tão próximos de ver os jogos olímpicos no
Brasil, o que queremos mesmo é sorrir e nos emocionar. E Voando Alto consegue
isso não só para quem gosta de esportes. O tom brincalhão que o roteirista
Simon Kelton deu ao drama vivido por Eddie Edwards conquistou atores estrelados
que toparam participar do drama biográfico e também pode agradar quem gosta
de filmes para ver com a família.
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