Por Dora Carvalho
A série de
livros Outlander tem fãs devotos em todo o mundo. A autora Diana Gabaldon já
vendeu cerca de 20 milhões de exemplares da saga. Os leitores acompanham as
aventuras da protagonista Claire Fraser, uma enfermeira de guerra do século 20
que viaja no tempo 200 anos e se depara com uma revolta dos clãs das Terras
Altas escocesas, que reinvidicavam o trono para a Casa de Stuart.
Tanto
sucesso para os livros motivou o canal norte-americano Starz a adaptar a série
para a TV, com sucesso expressivo para a primeira temporada (que eu já falei
aqui), que conta o enredo do primeiro volume da saga. A segunda acaba de
estrear no Brasil para os assinantes do Netflix, Claro Vídeo e Fox Play.
O
lançamento por aqui coincide com o burburinho causado pelos produtores do show
na San Diego Comic Con 2017, com a apresentação do trailer e fotos da terceira
temporada.
Quando
estreou nos Estados Unidos, em abril do ano passado, a segunda temporada de
Outlander bateu todos os recordes de audiência do canal Starz para o retorno de
uma série, com cerca de 1,46 milhão de espectadores. O público, principalmente
o feminino, parece se identificar com as aventuras do casal protagonista Claire
e Jamie Fraser, vividos, respectivamente, por Caitriona Balfe e Sam Heughan,
cujos personagens e interpretações crescem muito com o desenvolvimento do
roteiro para a TV. A mudança de ambiente da trama – da Escócia para a França em alguns episódios –
também agradou o público e deu um tom que flutua entre a revolução e intrigas
da corte.
Mais uma
vez, são 13 episódios de cerca de 1 hora cada um. O último ganhou um especial
de quase 1h30m.
Se o drama
da primeira etapa era o desafio de uma mulher do século 20 se adaptar aos
costumes de 1743, na segunda, muito mais segura de si, temos Claire Fraiser
envolvida em política e guerra entre os anos de 1745 e 1746. A personagem tem
de superar os traumas de ter vivido a Segunda Guerra Mundial e a possibilidade
de evitar uma outra grande batalha. Mas, como todas as histórias que envolvem
viagem no tempo, será que mexer com os fatos e acontecimentos de uma época
podem salvar aqueles que ama ou ter consequências desastrosas no futuro?
O roteiro
da segunda temporada é fantástico e é assinado por Ronald D. Moore, que
continua à frente da produção nas duas próximas temporadas. A terceira estreia
em 10 de setembro nos EUA. É possível que a consultoria da própria Diana
Gabaldon esteja ajudando a manter o ritmo vibrante do enredo, sem uma
preocupação tão restrita com a fidelidade dos livros. É um produto
essencialmente para TV e para emocionar os fãs que podem ver materializados na
tela toda a riqueza histórica do romance da escritora. Uma característica
interessante é a maneira como os roteiristas conseguem aproveitar a
participação de todos os personagens ao longo do tempo histórico da trama,
provocando surpresas nos espectadores. E o mais importante é a versatilidade
desses atores para interpretar diferentes características dos personagens, mas,
aos mesmo tempo, provocar lembrança na audiência sobre quem de fato é a
referência – se alguém do século 20 ou do século 18.
Outlander
é, sem dúvida, uma série para quem gosta de enredos de época com fundo histórico.
E a segunda temporada está imperdível.