Por Dora Carvalho
Durante a
Segunda Guerra Mundial, milhares de obras de arte foram confiscadas pelo
exército nazista das residências, empresas e instituições judaicas. Estima-se
que pelo menos 100 mil objetos ainda não foram restituídos aos descendentes
dessas famílias e estão espalhados em várias partes do mundo. Parte desta
história é retratada no filme A dama dourada (2015), estrelado pela premiada
atriz Helen Mirren (A rainha/2006).
Baseado no
livro da jornalista americana Anne Marie O’Connor, é uma história extraordinária
sobre como o quadro O retrato de Adele Bloch-Bauer, obra-prima do pintor austríaco Gustav Klimt, foi parar no museu Belvedere de Viena. O longa conta a
disputa judicial entre Maria Altmann - a sobrinha da musa retratada no quadro -
e o governo austríaco para reaver a posse da pintura.
Esse é o
tipo de filme que muitas informações podem acabar sendo spoilers para quem não
conhece nada da história e até pode tirar um pouco do suspense proposto pelo
longa dirigido por Simon Curtis. Particularmente, tenho gostado de alguns
trabalhos desse diretor, que também conduziu outro filme baseado em fatos
reais: Sete dias com Marilyn (2011). Curtis também dirigiu o seriado da BBC
Cranford , que já falei aqui no blog.
Helen
Mirren dá o tom do filme. Embora a história seja triste, a atriz carrega o
personagem de curiosas singularidades ao recriar a figura de Maria Altmann, com
vários momentos de comédia e, é lógico, faz com que o espectador passe a torcer
pelo sucesso da empreitada conduzida por ela e pelo jovem advogado Randy
Schoenberg, vivido no longa por Ryan Reynolds (RIPD – Agentes do Além/2013). Uma curiosidade: Schoenberg é descendente do compositor austríaco Arnold Schoenberg, que teve grande influência sobre o movimento expressionista da música no início do século 20.
A obra de
Gustav Klimt é um tesouro da Áustria. O artista foi um dos maiores de seu tempo
na Viena do início do século 20 e o quadro O retrato de Adele Bloch-Bauer faz
parte da fase dourada do pintor. E o filme nos instiga a conhecer ainda mais um
pouco sobre o artista, a família e as inspirações para a intrigante obra de
Klimt.
A dama
dourada (2015) – 1h50
Direção: Simon Curtis
Livro: A dama dourada: Retrato de Adele Bloch-Bauer - Anne Marie O'Connor - Editora José Olympio
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