Por Dora Carvalho
Poucos
diretores têm a chance de reunir em um único longa um elenco estrelado como o
de Assassinato no Expresso do Oriente. A adaptação do romance da escritora
inglesa Agatha Christie desta vez é dirigida por Kenneth Branagh, que também
faz o famoso detetive belga Hercule Poirot.
Esta é a
segunda mais importante adaptação do livro para a tela grande. A primeira, de
1974, e dirigida por Sidney Lumet, também reunia nomes estrelados como Lauren
Bacall, Sean Connery, Vanessa Redgrave, Jacqueline Bisset e Anthony Perkins.
Branagh, nesta versão, conseguiu reunir Michelle Pfeiffer, Johnny Depp, Daisy Ridley (a
atriz sensação do momento de Star Wars), Penelope Cruz, Willem Defoe e Judi
Dench. Nada menos que perfeitos em seus papéis, já que o texto exigia deles um
grau de dissimulação, própria dos romances de Agatha Christie, para ludibriar o
expectador.
O livro
Assassinato no Expresso do Oriente foi publicado em 1934 por Agatha Christie e
só no primeiro ano de lançamento vendeu 3 milhões de cópias. Na maior parte das
listas dos melhores livros da escritora, figura em primeiro lugar na
preferência dos fãs. Agatha Christie é uma das mais importantes escritoras do
gênero policial e as adaptações das obras, seja para o teatro ou para as telas
(TV e cinema) sempre é garantia de sucesso.
Não à toa,
criou-se uma grande expectativa em torno do filme, ainda mais com a direção de
Branagh. E não decepciona, já que o diretor costuma ser fiel às obras
literárias nas diversas adaptações que dirigiu e atuou ao longo da carreira. Com
um custo de US$ 55 milhões, o longa ja faturou US$ 200 milhões desde a estreia.
O enredo é
bem típico das obras da Agatha Christie. Em uma longa viagem de trem a partir
de Istambul, o trem de luxo Expresso do Oriente, parte da capital turca com destino
a Londres e, no vagão da primeira classe, um assassinato assusta os nobres viajantes.
O famoso detetive belga Hercule Poirot fica então encarregado de desvendar o
caso. A face nobre dos ocupantes do luxuoso vagão começa a cair e o expectador
mergulha na mente do detetive para descobrir o culpado.
O que se
destaca no filme é a produção esmerada. Desde as primeiras cenas em Jerusalém,
com uma fotografia explêndida, até às cenas nas montanhas geladas, por onde
percorre o expresso, e a elegância das ambientações do antigo trem.
É um filme
correto, bem executado e puro entretenimento, principalmente para quem está
buscando algo além de pancadaria, explosões e filmes de super-heróis. E o
melhor: um clássico detetive de dramas policiais, com um toque de humor e um jeito
sabichão.