terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Rita, a professora que todos gostariam de ter

Por Vilma Pavani

Ela é agressiva, até meio grossa às vezes, mal resolvida em seus relacionamentos  – tanto pessoais como profissionais – fuma feito uma chaminé, não gosta de ser criticada e toma decisões impulsivamente, o que a leva a cometer vários erros. Mas também é inteligente, perspicaz, leal aos amigos e, em especial, aos seus alunos, com os quais se compromete profundamente. Essa é Rita, a professora politicamente  incorreta da série dinamarquesa de mesmo nome. A série foi lançada em 2012 pelo canal dinamarquês TV2 e fez o maior sucesso no país. Ao mesmo tempo, tornou-se uma das produções estrangeiras mais populares entre os assinantes americanos do Netflix, e por conta disso o site de streaming decidiu ser o coprodutor da terceira temporada. Sem o Netflix provavelmente a série seria encerrada na segunda temporada, o que de todo modo não lhe tiraria os méritos e nem o sentido. Mas é tão boa de ver que valeria até continuar uma temporada mais.
A personagem central é Rita Madsen (Mille Dinesen, ótima na pele da personagem), uma professora de escola primária que luta para criar sozinha seus três filhos adolescentes e para quebrar a burocracia do sistema escolar. É interessante notar que apesar de se passar em Copenhague e com todas as enormes diferenças culturais e econômicas, os problemas enfrentados na escola têm muito em comum com qualquer escola de qualquer país, como a desmotivação de parte dos alunos, o bullying entre colegas e sobre os professores, gravidez adolescente, homossexualidade, preconceito de classes e contra imigrantes, drogas etc. E embora Rita seja de longe a pessoa mais interessante da série, vários personagens crescem e se sobressaem ao longo dos episódios, como a idealista e inexperiente professora Hjordis ou Jeppe, o filho mais jovem e gay de Rita.
Ora engraçada, ora séria, ora pungente, a história se desenrola com facilidade e em dois ou três capítulos a gente se deixa seduzir por ela.  E Rita, sem dúvida, com todos os seus erros e acertos, é a professora que gostaríamos de ser, ou de ter  tido, ou que cuidasse de nossos filhos. Vale a pena assistir.



 A série tem três temporadas e um total de 24 episódios. Foi criada por Christian Torpe.

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