sábado, 24 de outubro de 2015

A colina escarlate: belo terror

Por Dora Carvalho

Quem é fã do gênero gótico não perde a oportunidade de ver nas telonas dramas obscuros, com uma pitada de terror, fantasia e personagens atormentados por um passado cheio de segredos, misturados à beleza pertubadora de vilões sombrios. É claro que o filme A colina escarlate (Crimson Peak/2015) tem todos esses elementos, com toques adicionais de belos cenários, fotografia, figurinos, que beiram ao encantamento não fosse o fato de ser um longa de terror.
Dirigido por Guillermo del Toro (O hobbit/2012), A colina escarlate tem roteiro e execução do cineasta mexicano. O enredo tem claras referências a Jane Eyre, da escritora britânica Charlotte Brönte, assim como elementos que nos remetem ao Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brönte, dois clássicos do gênero gótico.
O enredo conta a história da jovem escritora Edith Cushing, interpretada por Mia Wasikowska, que já fez nos cinemas a personagem Jane Eyre em 2011. Atormentada desde a infância por visões, Edith transforma seus medos em um romance repleto de fantasmas, porém, encontra resistência das editoras para publicar o primeiro livro. Até que surge o enigmático e tristonho baronete Thomas Sharpe, vivido por Tom Hiddlestone (Amantes Eternos/2013) e sua irmã Lucille Sharpe, personificada por Jessica Chastain (Interestelar/2014).
O mistério em torno dos dois capta o interesse da jovem autora. É preciso dizer que a maquiagem e figurino transformam Edith, Thomas e Lucille em seres belíssimos e Tom Hiddlestone e Jessica Chastain parecem flutuar em cena logo no início do filme. Até que a verdadeira natureza dos personagens se revela e passamos a temer a crueldade que tanta beleza esconde. 

Não espere um típico filme de sustos, com gritos e pulos da cadeira. As cenas mais medonhas se resumem a meia dúzia, se tanto. Mas esteja preparado para uma beleza sem igual para um filme de terror, muito mais voltado para a melancolia típica e amores impossíveis do gênero gótico, com todo desfecho de luxúria e loucura que costumam rechear esse estilo. E, por fim, atenção para a trilha sonora, cheia de lindas execuções para piano.





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