Neste último post de 2015, além de desejar um lindo Natal e um 2016 de muita paz, saúde e harmonia, quero lembrar das minhas duas animações de Natal favoritas: Os fantasmas de Scrooge e Expresso Polar.
Os fantasmas de Scrooge é um filme de 2009, dirigido por Robert Zemeckis (De volta para o futuro), que reconta a história de Um conto de Natal, escrito por Charles Dickens em menos de um mês, no ano de 1843, possivelmente para pagar dívidas. É um dos maiores clássicos natalinos de todos os tempos, com diversas versões para o cinema, pois conta a história de Ebenezer Scrooge (Jim Carrey), um rico e avarento empresário que detesta o clima natalino e prefere ficar sozinho. Na Noite de Natal, recebe a visita do falecido sócio Jacob Marley, que afirma não poder descansar em paz, pois não foi generoso quando em vida, mas Scrooge tem ainda uma chance. Outros fantasmas do passado assombram a noite de Scrooge, que passa a compreender o verdadeiro espírito do Natal.
O expresso polar é um longa de animação também dirigido por Zemeckis e foi um dos primeiros a inaugurar esse tipo de estética de animação em que atores da vida real são transformados, quase a perfeição, em figuras animadas. Tom Hanks faz diversos personagens no mesmo filme. A história também tem um quê de Charles Dickens, mas, desta vez, sob a ótica de um menino que não acredita no Natal.
Duas lindas animações para ver, rever e se divertir com as crianças. Feliz Natal!
A tão esperada continuação de Star Wars finalmente estreou nos cinemas. O Episódio VII – O Despertar da Força resgata o estilo da primeira trilogia e tem agradado muito os fãs (eu adorei). Na sessão de cinema que assisti, neste último sábado, teve até aplausos da plateia assim que o filme terminou. A série teve início em 1977, com o lançamento do Episódio IV – Uma nova Esperança e foi a maior bilheteria da história, na época, além de ter levado 7 Oscar. O Despertar da Força dá mostras de seguir um caminho parecido.
A história se passa aproximadamente 30 anos após os eventos do Episódio VI – O Retorno do Jedi, mas também pode ser considerada um reboot (relançamento) do filme de 1977. Os elementos mais importantes do primeiro filme foram reproduzidos, dentro do novo contexto. Quem adorou o primeiro filme, dificilmente não gostará deste último. Foram acrescentados novos elementos, alguns muito legais, outros discutíveis, mas com certeza é um filme imperdível para quem gosta do gênero. Para não estragar a surpresa, ficarei por aqui.
E as impressões de quem não acompanhou toda a saga?
Por Dora Carvalho
Vi apenas os filmes mais recentes da trama, que conta o início da saga. Gostei bastante de O Despertar da força, achei super divertido, com bons toques de humor que prendem do começo ao fim. Lógico que para quem não acompanhou todo o enredo ficam alguns furos, que mais parecem algo que está para ser contado mais adiante. Mas nada que comprometa o episódio 7. Tenho alguns pontos a considerar que parecem ter desagradado boa parte dos fãs também, como a escolha do ator vilão. Mas o restante do elenco está tão bem afinado que isso acaba ficando um pouco de lado. A experiência de ver em 3D é bem legal no momento das batalhas aéreas, sobretudo para as crianças. O mais legal do novo Star Wars, porém, é de ser nitidamente um filme mais voltado para a família - esta aí um toque que eu esperava dos Estúdios Disney. Acertaram!
Adoro filmes que exploram as possíveis consequências e paradoxos de viagens no tempo. De Volta para o Futuro, Interestelar, A Mulher do Viajante do Tempo e Feitiço do Tempo são exemplos de filmes que utilizaram muito bem essa receita.
A Netflix lançou em sua grade, recentemente, a série Os 12 Macacos, baseada no filme homônimo de 1996. A história, tanto no filme como na série, se desenrola em um presente apocalíptico, devastado por um vírus mortal que exterminou quase toda a população da Terra. Os cientistas resolvem mandar um criminoso ao passado para tentar resolver o problema.
No primeiro episódio, somos apresentados a James Cole (Aaron Stanford no papel que foi de Bruce Willis no cinema), um criminoso que é obrigado a voltar no tempo e eliminar o foco do vírus antes mesmo de ser disseminado. Os cientistas de 2043 trabalham com poucas informações sobre a origem do vírus e mandam Cole várias vezes para o passado e o trazem de volta. Nessas idas e vindas a trama vai sendo construída e se torna cada vez mais complexa à medida que os episódios vão se seguindo.
A cada vez que o protagonista resolve um problema, achando que o futuro será alterado, novas consequências aparecem, mostrando que o destino tem seus próprios meios de se manter inalterável. Ações feitas pelo viajante do tempo acabam se mostrando fundamentais para justificar o que existe em 2043, confundindo o que é causa e o que é efeito. Sem as intromissões do futuro, o passado seria diferente e não teria levado ao futuro - o presente de 2043. Essa confusão toda foi muito bem construída e é bem divertido acompanhá-la.
Até o final da 1ª temporada muitos mistérios vão sendo esclarecidos, mas outros são criados e o problema se mantém. Após assistir o último episódio, não vejo a hora de ver a 2ª temporada, prevista para estrear em 2016.
* Paulo Armiliato é fã de ficção científica e estreia com este post no blog.
O livro
Frankenstein, da escritora britânica Mary Shelley, é um dos romances mais
bonitos e ao mesmo tempo um dos mais assustadores da literatura ocidental.
Vários diretores e roteiristas adaptaram a história para a tela grande e para a
telinha, mas a complexidade da obra dificulta a transposição de todas as
nuances do enredo. Resta então criar a própria versão, como é o caso de
Victor Frankenstein (2015), que conta a trajetória do criador antes da
criatura. Então, se você espera ver nas telas algo próximo do livro, esqueça.
Dirigido
por Paul McGuigan, que tem no currículo a direção de episódios de várias séries
de TV, como Sherlock, Scandal, e filmes de menor expressão, Victor Frankenstein
tem como trunfo a presença de atores conhecidos como protagonistas. O roteiro é
assinado por Max Landis, que neste ano também está a frente de American Ultra
(2015).
Daniel
Radcliffe parece cada vez mais se descolar da figura do bruxinho Harry Potter e
o ator James McAvoy, no papel do personagem-título, vem transitando por
diversos papéis de filmes de ação e neste mostra uma faceta mais visceral e de
loucura, bem próximo da personalidade do personagem criado por Mary Shelley.
A história
é contada a partir do ponto de vista de Igor Straussman (Radcliffe), um palhaço
de circo corcunda, maltratado nas apresentações circenses, que acaba sendo resgatado
por Victor Frankenstein. As cenas de fuga e perseguição são vertiginosas e logo
dão o tom do filme. Igor, apesar de viver praticamente nas jaulas do circo,
gosta de medicina e aprendeu sozinho anatomia e técnicas cirúrgicas. Esse fato
chama a atenção de Victor Frankenstein, logo após Igor salvar a vida da
acrobata Lorelei (Jessica Brown-Findlay, de Downton Abbey), com uma inusitada
técnica cirúrgica. Victor percebe então que o rapaz pode atender seus
propósitos de criação de vida após a morte.
O filme é
um daqueles que costuma agradar mais o público do que a crítica especializada,
que torceu o nariz para a produção. Trilha sonora, figurino, cenários e
ambientação na Londres vitoriana estão impecáveis. No elenco, ainda tem a
presença de ótimos atores, como Charles Dance (Tywin Lannister/Guerra dos
Tronos), Andrew Scott (Spectre e Sherlock). E se você prestar muita atenção, perceberá
que Mark Gatiss (o Mycroft em Sherlock) faz uma pequena participação.
O enredo
tende a certos momentos para o exagero, mas nada que estrague a diversão, se o
espectador não for muito exigente. Boa sessão da tarde para o período de férias
que está chegando.
Boas histórias
ultrapassam os limites dos textos e dos livros e transpõem plataformas,
ganhando nova vida na tela grande, na TV, nos games e principalmente nos
quadrinhos. Os HQs brincam com diversos gêneros literários e fazem uma
deliciosa mistura pop capaz de agradar os mais variados públicos como é o caso
da coletânea da HQs "Cinema Disney", que acaba de ser lançada pela Editora Abril
e faz um exercício de metalinguagem, mesclando cinema, literatura e quadrinhos.
Em formato
de livro em capa dura, a publicação reúne oito histórias que homenageiam clássicos
da literatura e do cinema, mas com um toque de alegria dos personagens da
Disney. Logo na abertura, "Moby Dick", de Herman Melville, com Tio Patinhas na
pele do capitão Ahab, vivido por Gregory Peck na telona em 1956. Minnie e Mickey parodiam Humphrey Bogart
e Ingrid Bergman em Casablanca (1942). Federico Fellini também ganha uma
homenagem com A estrada da vida (1954) e A doce vida (1960). Pateta faz o
professor Van Helsing (interpretado por Anthony Hopkins em Drácula de Bram
Stoker) e Mickey é "Drácula de Bram Ratoker". Destaque também para "Destino" (veja trailer abaixo),
filme de animação iniciado em 1945 por Salvador Dalí e finalizado em 2003 pelos
estúdios Disney - nos quadrinhos ganhou o título "A viagem surreal pelo destino".
São oito histórias em ilustrações lindíssimas – coloridas,
aquarelas, preto e branco e quadrinhos tradicionais, mas que, sem dúvida, vão agradar
adultos e crianças, porque bons filmes e livros clássicos são eternos.
Pode ser a
última vez que Sam Mendes esteja a frente da direção de um longa da franquia
007 e que o ator Daniel Craig atue na pele de James Bond. Então, fico
imaginando o desafio de futuros atores e diretores para ultrapassar 007 - Contra Spectre. Não apenas em razão do sucesso de bilheterias, mas
também pelo fato de o enredo estar cada vez mais conectado com a realidade de
um mundo em que os serviços de inteligência das potências globais não conseguem
conter o avanço ataques terroristas, tráfico de armamento, bombas e a
influência de criminosos no sistema político de nações em conflito.
Apesar de
conectado com a trama de Casino Royale (2006), Quantum of Solace (2008) e
Skyfall (2012), Spectre deixa um pouco de lado a fórmula comum aos filmes da
saga para ficar mais próximo da dureza dos nossos tempos e confronta o fato de
que há muita hipocrisia de todos os lados quando se fala em guerra ao terror. Bilhões de dólares são investidos em um
pseudo e ilusório sistema de segurança global, conta o enredo do filme, com o
intuito de monitorar todas as ações dos países mais ricos do mundo e a atuação
dos sistemas de inteligência com o objetivo de evitar falhas. Mas há quem isso
realmente interessa?, questiona a trama do longa.
Mas como um
filme de James Bond não pode deixar de ter muita ação, o agente da rainha vai à
Cidade do México para eliminar Marco Sciarra, um negociador de armas conectado
a uma organização secreta – mistério esse que vem sendo desenhado desde Casino
Royale e foi muito bem amarrado em Spectre. Os primeiros dez minutos do filme
se passam na Festa dos Mortos, um incrível desfile de pessoas fantasiadas de caveiras e criaturas de
outro mundo.
Quem não viu o filme
ainda, prepare-se para ficar pelo menos dez minutos sem piscar, já que a
sequência de ação já pode ser considerada a mais eletrizante da história da
saga e também a mais bonita, dada a riqueza das alegorias dos festejos,
elevando o filme a um padrão estético nunca visto.
Tudo leva
Bond a encontrar o grande vilão do longa – Franz Oberhauser, vivido por
Christopher Waltz que, mais uma vez, parece passear em cena. Não canso de dizer
o quanto esse ator é bom e, para mim, é um dos melhores vilões da saga até
agora. Por falar em atores, uma das principais qualidades de Spectre está
justamente na escolha do elenco que, além de muito afinado, quebra muito o
padrão de bond girls glamurosas, porém, insossas. As atrizes Lea Seydoux e
Monica Belucci são lindas, mas estão longe de representar apenas o papel da
mocinha em apuros. É preciso também falar de Ralph Fiennes que assume agora o
papel de “M”. Já disse aqui no blog que fiquei triste quando Judi Dench não
podia mais fazer parte da trama, já que adoro essa atriz. Mas quando soube que
Fiennes faria a substituição não tive dúvidas de que os produtores não estavam
brincando com os fãs. E, no final das contas, a atriz nem ficou tão de for a
assim da trama… (vou evitar spoilers).
Quem é fã
da saga, espere muita diversão bem de acordo com a fórmula de sucesso da
franquia 007, mas com muito mais ação e um surpreendente toque de humor, vindos principalmente de Craig e dos atores do entorno da trama central. Apenas um ponto negativo: a música tema (Writing's on the Wall), interpretada pelo cantor Sam Smith, não me pareceu tão envolvente.
Esse é
24° longa da cinessérie e o quarto protagonizado por Daniel Craig. O ator é
o sexto James Bond da história e ainda não há confirmação se vai continuar ou
não. Espero que sim, já que Roger Moore, por exemplo, fez cinco filmes. Mas, antes,
uma nova batalha está por vir. Qual estúdio vai assumir a franquia? O contrato
com a Sony, que investiu US$ 400 milhões só em Spectre, termina com esse último
longa e a Warner deve entrar na disputa. Em todo o mundo, Spectre já bateu
recordes de bilheterias. Resta saber se vai atingir o sucesso de Skyfall, o
primeiro filme da saga 007 a ultrapassar a casa de US$ 1 bilhão em arrecadação
global. Apesar das negativas, a minha torcida é pelo “fica Daniel Craig!”.
O site oficial do filme está cheio de informações sobre Spectre. Vale a pena visitar e entrar no mundo de James Bond.
Quem é fã
de Sherlock (BBC) sabe a agonia que está sendo esperar mais episódios de uma
das mais incríveis séries dos últimos anos. O roteiro que desloca a história
para os nossos tempos, os diálogos mordazes, as viradas do enredo, a linguagem
visual, o talento sensacional de Benedict Cumberbatch – o melhor Sherlock
Holmes de todos os tempos – e a afinação com Martin Freeman (com todo humor
britânico necessário para o papel) não deixam dúvidas sobre o cuidado com a
qualidade do seriado. O único porém é que tanto zelo resulta em uma longa
espera entre uma temporada e outra. A expectativa, porém, deve ser amenizada no
início de 2016 com a estreia do especial “A noiva abominável”, que será
transmitida pela BBC na Inglaterra e PBS nos Estados Unidos e em salas de “cinemas selecionadas”. Medo dessa ressalva, já que só nos resta
saber quais e se vai chegar ao Brasil junto com outros países.
A série –
produzida e criada por Steven Moffat (Doctor Who) e Mark Gatiss (Being Human) –
já tem três temporadas, sendo que a última foi ao ar no início de 2014 e a
quarta, após muitos rumores, deve estrear só em 2017! Os produtores já
afirmaram em entrevistas que esses são os episódios mais difíceis e
perturbadores de todos.
Já A noiva
abominável deverá ser uma clássica aventura de Sherlock Holmes. O enredo se
passa na Inglaterra vitoriana, com toques fantasmagóricos, bem mais próximo da narrativa original
do criador do personagem – Sir Arthur Conan Doyle. Os primeiros trailers e teasers foram
divulgados nas últimas duas semanas e já deixaram os fãs especulando quando o
especial vai passar no Brasil.
Quem ainda não
assistiu nenhuma temporada de Sherlock, corra! Pelo menos terá a vantagem de
assistir de maratona, sem ter que esperar novos episódios. E antes que me
perguntem: meu episódio favorito é “O escândalo em Belgravia”, do segundo ano da série. Assista e saiba
o porquê.
De vez em
quando, me dou o luxo (nem sempre recomendável) de ver um blockbuster sem
nenhuma expectativa, apenas por diversão, nem que seja trash. Nesta semana, a
única alternativa era justamente essa, já que a principal estreia da semana foi
O último caçador de bruxas, dirigido por Breck Eisner e estrelado por Vin
Diesel, em mais uma tentativa de criar uma nova franquia, afinal, talvez não
seja possível ter Velozes & Furiosos 12, 13, 14 … Mas a sessão teve uma diversão adicional: assistir a sessão em uma cadeira D-Box, da
rede Cinemark, em uma sala do Shopping Santa Cruz.
Há tempos
os grandes grupos de salas de cinema tentam se reinventar e atrair novos
públicos com telas gigantes e óculos 3D para dar a sensação de realidade e
maior profundidade das cenas. O som parece passear pelas caixas acústicas da
sala de projeção, na tentativa de enganar nosso cérebro e termos a impressão de
estarmos participando dos acontecimentos da história. Ou ainda assistir
graciosamente deitado em poltronas que reclinam e abrem transformando-se quase
em uma cama. Outra opção é degustar espumantes com pipocas gourmets ou
cardápios ainda mais elaborados que não combinam em nada com o fato de irmos a
um local simplesmente para assistir nossos artistas favoritos em suas fabulosas
aparições nas telonas. E já há algum tempo são as cadeiras que se movimentam, com o
objetivo de tornar ainda mais “real” as possíveis reações provocadas pelo
enredo projetado nas telas.
Se é
divertido? É, e muito! Tenho certeza que as crianças devem adorar. Porém, o
mais interessante é que o movimento da cadeira começa um segundinho antes da
cena de impacto na tela. Isso fez com que, no meu caso, inibisse qualquer
possibilidade de susto, embora o filme nem seja de assustar tanto assim. Mas é
justamente essa a questão. São tantos adicionais criados para essa tal experiência
de cinema real e diversão sem limites que o mais importante – o filme! – fica em segundo plano.
Ah, sim … o
filme: Vin Diesel faz Kaulder, uma espécie de algoz de bruxas condenado à
imortalidade e que vagueia mundo afora trancafiando seres malévolos em uma prisão há 800
anos. O objetivo é evitar o apocalipse. Ele faz parte de uma ordem chamada
de O Machado e a Cruz, capitaneada por padres que, a cada geração, coloca um “Dolan”
responsável por ser uma espécie de guardião das histórias das caçadas e das
relíquias malignas encontradas pelo caçador. Vin Diesel luta, salta, faz
acrobacias no ar, usa espadas e armas, dirige um carro super potente e estiloso
… Enfim, a mesma fórmula dos outros filmes, só que, desta vez, em um universo
fantástico. Mas é o mesmo que você viu em Triplo X, Riddick e Velozes &
Furiosos. Enfim, Vin Diesel sendo… ele mesmo. Ótimo, sem enganações até aqui. O ator se cercou de nomes de
peso, como Michal Caine, e atores com certo sucesso em histórias de fantasia,
como Elijah Wood (O hobbit) e Rose Leslie (Guerra dos Tronos) para criar o
universo do longa. Não deu muito certo.
O que
ninguém pode fazer é tirar o mérito de Vin Diesel de fazer boa bilheteria.
Velozes & Furiosos 7 já é considerado o filme com a terceira maior arrecadação
da história e já ultrapassou US$ 1,5 bilhão em todo o mundo. A bilheteria da primeira semana de O
último caçador de bruxas nos Estados Unidos foi considerada até o momento ruim,
já que o filme teve orçamento de US$ 70 milhões e arrecadou US$ 10 milhões na
estreia. Mas o mesmo já aconteceu com a franquia de Velozes & Furiosos e
Vin Diesel não se rendeu e, não à toa, deve chegar à oitava edição da saga.
Enfim,
sessão divertida com direito a sacolejos. Mas, da próxima vez, quero mesmo é
ver um bom filme.
Quem é fã
do gênero gótico não perde a oportunidade de ver nas telonas dramas obscuros,
com uma pitada de terror, fantasia e personagens atormentados por um passado
cheio de segredos, misturados à beleza pertubadora de vilões sombrios. É claro
que o filme A colina escarlate (Crimson Peak/2015) tem todos esses elementos,
com toques adicionais de belos cenários, fotografia, figurinos, que beiram
ao encantamento não fosse o fato de ser um longa de terror.
Dirigido por Guillermo del Toro (O hobbit/2012), A colina escarlate tem roteiro e execução
do cineasta mexicano. O enredo tem claras referências a Jane Eyre, da escritora
britânica Charlotte Brönte, assim como elementos que nos remetem ao Morro dos
Ventos Uivantes, de Emily Brönte, dois clássicos do gênero gótico.
O enredo
conta a história da jovem escritora Edith Cushing, interpretada por Mia
Wasikowska, que já fez nos cinemas a personagem Jane Eyre em 2011. Atormentada
desde a infância por visões, Edith transforma seus medos em um romance repleto
de fantasmas, porém, encontra resistência das editoras para publicar o primeiro
livro. Até que surge o enigmático e tristonho baronete Thomas Sharpe, vivido
por Tom Hiddlestone (Amantes Eternos/2013) e sua irmã Lucille Sharpe,
personificada por Jessica Chastain (Interestelar/2014).
O mistério
em torno dos dois capta o interesse da jovem autora. É preciso dizer que a
maquiagem e figurino transformam Edith, Thomas e Lucille em seres belíssimos e
Tom Hiddlestone e Jessica Chastain parecem flutuar em cena logo no início do
filme. Até que a verdadeira natureza dos personagens se revela e passamos a
temer a crueldade que tanta beleza esconde.
Não espere
um típico filme de sustos, com gritos e pulos da cadeira. As cenas mais medonhas
se resumem a meia dúzia, se tanto. Mas esteja preparado para uma beleza sem
igual para um filme de terror, muito mais voltado para a melancolia típica e amores
impossíveis do gênero gótico, com todo desfecho de luxúria e loucura que
costumam rechear esse estilo. E, por fim, atenção para a trilha sonora, cheia
de lindas execuções para piano.
Fato
recorrente nas séries norte-americanas: a participação de grandes atores de
Hollywood. Desta vez, é a atriz Viola Davis que está dando um show no seriado
How to get away with murder, produzido pelo canal ABC e transmitido no Brasil pelo Netflix. A trama gira em torno da
personagem Annalise Keating (Viola), advogada de direito penal e professora da
fictícia Universidade de Middleton, na Filadélfia, que tem um jeito muito
peculiar de ensinar os alunos a defenderem assassinos confessos.
Logo no primeiro
episódio, Annalise escolhe alguns estagiários para vivenciarem as teorias
do Direito na prática, porém, com
métodos bastante discutíveis e pouco éticos.
Seria mais
uma trama de tribunais e advogados não fosse a disputa que se instala entre os
estagiários e melhor: o ritmo do roteiro. Falarei pouco para evitar spoilers. A
trama tem passagens rápidas no tempo, com pequenos flashes de um fato que deve
ocorrer no futuro, mas que o espectador vai recebendo informações em trechos
mínimos. No primeiro episódio, em vez de perguntar “quem matou?”, a dúvida é “quem
morreu?”.
Viola Davis
parece ter se agarrado ao papel com unhas e dentes tamanha a ferocidade com que
interpreta. Ela dá o tom e segura o enredo como poucos atores. Felizmente, a
atriz já renovou contrato para uma segunda temporada.
How to get
away with murder ainda não tem título em português no Brasil, mas em Portugal
foi escolhido dizer "Como defender
um assassino”. É um título útil e pertinente, sem dúvida, mas que esconde a
ironia da trama, porque o enredo pretende não só indicar como se safar de um
assassinato, mas também sobre escolhas que se faz para ter sucesso
profissional.
A série é uma ótima mistura de tribunais, mistério, policial e, é claro,
ótimas interpretações. Fãs do gênero: é para viciar.
Os filmes dos anos 80 marcaram a minha infância pela extrema
liberdade e inovação com as quais diretores e produtores faziam filmes para o
público mirim e família. Alguns ficaram na história do cinema e se tornaram
clássicos, como é o caso de E.T. Extraterrestre (1982), dirigido por Steven
Spielberg.
Quem se lembra do filme Os Goonies (1985), também dirigido
por Spielberg? Era difícil saber se era para gostar ou ter medo de um filme de
aventura em que um grupo de crianças em busca de um tesouro perdido se deparou
com estranhas armadilhas, com cenas de sustos do começo ao fim. A incrível
trilha sonora capitaneada pela cantora Cindy Lauper era puro deleite.
Os mogwais, estranhas criaturas parecidas com pequenos morcegos,
se tornaram sucesso em meados dos anos 80 no filme Os Gremlins (1984). Os seres
da noite, híbridos de coruja e morcego, tinham medo da luz e se multiplicavam
alucinadamente. Até hoje há quem use a expressão “parecem gremlins” ao falar
sobre uma grande quantidade de pessoas, em referência a uma espécie de gíria da
época, graças ao sucesso do filme.
Por falar em gíria, Ghostbusters – Caça-Fantasmas 1 e 2 (
1984/1989), dirigido por Ivan Reitman e roteiro escrito pelos protagonistas Dan
Aykroyd e Harold Ramis, estava recheado delas. Talvez a mais lembrada seja
“você virou um ectoplasma!”. A
música título, de Ray Parker Jr., embalou muitas festas na época. A comédia é
considerada um dos maiores sucessos do gênero na indústria do cinema, já que o primeiro
filme teve um orçamento de 30 milhões de doláres e receitas de quase 300
milhões.
A lista de grandes filmes dos anos 80 é longa, não dá para
deixar de citar De volta para o futuro (1985), Karatê Kid (1984), os episódios
de Star Wars, História sem Fim (1984), Labirinto (1986) e a linda canção “As
the world falls down”, interpretada por David Bowie, assim como Curtindo a vida
adoidado (1986) e Indiana Jones (1981).
Feriado prolongado e tempo
disponível podem ser sinônimos de Sessão da Tarde, iguais as dos anos 80. E com
direito a filme dublado, só para lembrarmos das vozes engraçadas que garantiam
toda a diversão.
Três novos teasers da temporada 2016 de Arquivo X já estão
enlouquecendo de curiosidade os “Xsers”, os fanáticos seguidores de uma das
séries de maior sucesso da década de 90, grupo no qual me incluo. Sim, o retorno
dos X-Files é a prova que faltava de que definitivamente essa década está de
volta, basta dar uma olhada na moda, música e cinema, se ainda não tiver
certeza.
Os agentes Fox Mulder e Dana Scully voltam à telinha em um
especial de duas horas, que estreia no dia 24 de janeiro nos Estados Unidos e
será transmitido pelo canal Fox. Serão seis episódios produzidos, é claro, por
Chris Carter, e protagonizados por David Duchovny e Gillian Anderson.
Os teasers sugerem que, mais do que a ideia de que existe vida
extraterrestre, o seriado vai continuar com o mote de teoria da conspiração,
mas desta vez recorre à temática da “guerra suja”, pós 11 de setembro de 2001,
em que o medo global gira em torno de terrorismo, armas químicas e experiências com armas nucleares em países fora do eixo EUA-Europa.
Será no mínimo engraçado rever os atores que acompanhei
durante toda a década de 90 de novo nos papéis dos estranhos agentes do FBI.
Quem perdeu o “fio da meada”, vale assistir os dois filmes que estrearam logo
após o encerramento do seriado: Arquivo X – O filme (1998/Rob Bowman) e Arquivo
X – Eu quero acreditar (2008/Chris Carter) e relembrar onde a história parou e segurar a curiosidade. Teorias da conspiração sobre os rumos da série já surgem aqui e ali na internet. Mas é como diz o novo mote da série: "Trust no one" - não acredite em ninguém!
Vi recentemente pelo Netflix o filme Mr. Turner, sobre o pintor
britânico William Turner (1774 -
1851), filho de um barbeiro e fabricante de perucas e cuja mãe era de uma
família de açougueiros. Ele desenhava desde adolescente e seu talento foi
reconhecido rapidamente. Para muitos, ele é o maior pintor de sua época e o
ponto culminante do romantismo, com suas paisagens belíssimas e suas marinhas
cheias de luz e cor. Não é a toa que ele nitidamente influenciou os
impressionistas. Acho que um dos pontos altos do filme, dirigido por Mike Leigh
e com o ator Timothy Spall, é o trabalho primoroso de fotografia e o foco claro
do diretor sobre o que fez de Turner um grande pintor. Sem falar que Spall
dá um banho de talento. Não, não, esqueçam Peter Pettigrew de Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban (2004),
por mais que ele esteja ótimo, também.
Fiquei curiosa sobre uma cena, que não sei se é
verdadeira ou não, quando Turner se amarra em um barco sob a tempestade para
vê-la de perto. Pode ser liberdade do diretor, mas quando vemos as telas dele,
é bem fácil acreditar.
Em seu testamento, Turner legou suas obras à nação, mas exigiu
que se construísse um museu para abrigá-las. Se isso não fosse feito em um
prazo de dez anos após sua morte, elas deveriam ser vendidas.
Passado mais de um século, nem se construiu o museu nem as obras foram vendidas
e os quadros de Turner foram reunidos em um anexo à Tate Gallery, em 1987.
Para quem tem curiosidade em conhecer mais de
perto o pintor, ainda dá tempo de ir à Pinacoteca de São Paulo ever a
exposição “A Paisagem na Arte”, com obras da coleção da Tate Galery, que mostra
um grande recorte da arte britânica. Além de Turner, estão lá obras de John
Constable, Ben Nicholson e Richard Long. A exposição vai até dia 18/10.
Chuva, vapor e velocidade (1844)
Vilma Pavani é jornalista
e morre de inveja de William Turner e de tantos outros pintores que sabem ver o
mundo de uma maneira tão especial.
Pouco a
pouco, filmes clássicos começam a ser adicionados nos serviços de streaming e,
nas últimas semanas, o Netflix colocou a disposição dos assinantes algumas
pérolas do cinema, como O sol é para todos (1962); A um passo da eternidade
(1953); Sindicato de Ladrões (1954); Era uma vez no Oeste (1968); Ladrão de
Casaca (1955) e Aconteceu naquela noite (1934).
Quem
poderia imaginar há poucos anos que poderíamos assistir em tão boa qualidade e
baixo custo filmes tão antigos, sem a necessidade de comprar as caríssimas
coleções de clássicos em DVDs ou blu-ray? Dá até para fazer uma maratona de clássicos,
começando pelos já citados e passando pelos trabalhos de diretores como Alfred
Hitchcock, admirando a beleza dos galãs de antigamente, como James Stewart,
James Dean, Carry Grant e ver a cara de bad boy de Clint Eastwood nos filmes de
faroeste (ótimos para uma sessão da tarde!).
Por falar
em faroeste, como não amar John Wayne? Ele e James Stewart estão em O homem que
matou o facínora (1962) – considerado um dos melhores filmes de faroeste de
todos os tempos.
E de 1959
tem o delicioso Quanto mais quente melhor, com Marylin Monroe e a dupla Tony
Curtis e Jack Lemmon.
Para fechar
a sessão nostalgia, que tal Butch Cassidy, com Paul Newmann e Robert Redford? Saudades dos tempos que assistíamos os filmes só por causa dos atores e não
perdíamos um novo trabalho de um bom diretor. Em tempos de enxurradas de filmes
de super-heróis e poucos lançamentos, é hora de voltar para os clássicos seja
na lindíssima fotografia em preto e branco ou nas películas de colorido
artificial. O que vale é resgatar o glamour de época ou a delícia de uma boa
história.
O inverno dá os últimos suspiros neste feriadão de 7 de
setembro em São Paulo e o que resta para quem não encarou a estrada e prefere a
duplinha “sofa+cama” nos três dias que seguem é aproveitar a preguiça. O cinema
está sem lançamentos bombásticos, então, é hora de ver aqueles lançamentos em
DVD do primeiro semestre que foram esquecidos, nublados pelos sucesso dos
blockbusters e dos premiados do Oscar.
A cem passos de um sonho
Como frio, preguiça e feriadão combinam com comida, vale
destacar o longa "A cem passos de um sonho" (2014), dirigido por Lasse Hallstrom.
Gosto muito desse diretor, por sempre flertar com o fantástico em seus
trabalhos. Quem se esquece do delicioso Chocolate (2000)?Hallstrom volta dirigir uma comédia
sobre comida, em que a culinária francesa flerta com a indiana, em uma história
simples, cuja principal qualidade é a inusitada trama sobre uma briga entre a
dona de um restaurante estrelado no Guia Michelin de gastronomia e a família
proprietária de uma casa de iguarias indianas. Prepare-se para terminar o filme
querendo ir ao estabelecimento típico da Índia mais próximo da sua casa... Ou
unir com a leitura do livro “A viagem de cem passos”, de Richard C. Morais, do
qual é baseado o filme.
Questão de tempo
Uma combinação perfeita para mim: comédias inglesas e enredos
sobre viagem no tempo. O filme Questão de Tempo (2013), dirigido por Richard
Curtis, que assinou os roteiros dos deliciosos Simplesmente Amor (2003) e
Bridget Jones: no limite da razão (2004), une as duas coisas em uma história
sobre um jovem que descobre ter herdado a capacidade de voltar no tempo.
Empolgado no início, Tim, vivido pelo Domnhall Gleeson (Harry Potter e as
relíquias da morte/2010), aproveita o dom para conquistar Mary (Rachel
McAdams). Mas logo descobre que um detalhe alterado no passado pode ter graves
consequências. Filme leve e inteligente que deixa no ar: se pudéssemos voltar
no tempo, será que valeria à pena mesmo mudar o curso dos acontecimentos?
Uma promessa
Comida, comédia e agora romance. O filme “Uma promessa” (2014)
completa a trilogia de dicas para o feriadão. Dirigido por Patrice Leconte (A
pequena loja de suicídios/2012), é uma adaptação para o conto “Carta para uma
desconhecida”, do escritor austríaco Stefan Sweig. Para quem está com saudades de ver romances de época bem
dirigidos, fotografia esplendorosa e linda trilha sonora, o drama é imperdível.
O time de atores também ajuda com Rebecca Hall (Transcendence/2014)), Alan
Rickman (o eterno professor Snape da saga Harry Potter) e Richard Madden
(Guerra dos Tronos). O enredo começa na Alemanha de 1912, com a história de um
jovem diplomata que vai trabalhar como assistente pessoal de um rico dono de
uma siderúrgica. O contexto é a Primeira Guerra Mundial, que vai mudar
drasticamente as vidas dos personagens. A trama se desenrola como se
estívessemos lendo um livro, aliás, essa é a principal qualidade do filme, que
reforça a sensibilidade com que Leconte conduz o longa.
Durante a
Segunda Guerra Mundial, milhares de obras de arte foram confiscadas pelo
exército nazista das residências, empresas e instituições judaicas. Estima-se
que pelo menos 100 mil objetos ainda não foram restituídos aos descendentes
dessas famílias e estão espalhados em várias partes do mundo. Parte desta
história é retratada no filme A dama dourada (2015), estrelado pela premiada
atriz Helen Mirren (A rainha/2006).
Baseado no
livro da jornalista americana Anne Marie O’Connor, é uma história extraordinária
sobre como o quadro O retrato de Adele Bloch-Bauer, obra-prima do pintor austríaco Gustav Klimt, foi parar no museu Belvedere de Viena. O longa conta a
disputa judicial entre Maria Altmann - a sobrinha da musa retratada no quadro -
e o governo austríaco para reaver a posse da pintura.
Esse é o
tipo de filme que muitas informações podem acabar sendo spoilers para quem não
conhece nada da história e até pode tirar um pouco do suspense proposto pelo
longa dirigido por Simon Curtis. Particularmente, tenho gostado de alguns
trabalhos desse diretor, que também conduziu outro filme baseado em fatos
reais: Sete dias com Marilyn (2011). Curtis também dirigiu o seriado da BBC
Cranford , que já falei aqui no blog.
Helen
Mirren dá o tom do filme. Embora a história seja triste, a atriz carrega o
personagem de curiosas singularidades ao recriar a figura de Maria Altmann, com
vários momentos de comédia e, é lógico, faz com que o espectador passe a torcer
pelo sucesso da empreitada conduzida por ela e pelo jovem advogado Randy
Schoenberg, vivido no longa por Ryan Reynolds (RIPD – Agentes do Além/2013). Uma curiosidade: Schoenberg é descendente do compositor austríaco Arnold Schoenberg, que teve grande influência sobre o movimento expressionista da música no início do século 20.
A obra de
Gustav Klimt é um tesouro da Áustria. O artista foi um dos maiores de seu tempo
na Viena do início do século 20 e o quadro O retrato de Adele Bloch-Bauer faz
parte da fase dourada do pintor. E o filme nos instiga a conhecer ainda mais um
pouco sobre o artista, a família e as inspirações para a intrigante obra de
Klimt.
A dama
dourada (2015) – 1h50
Direção: Simon Curtis
Livro: A dama dourada: Retrato de Adele Bloch-Bauer - Anne Marie O'Connor - Editora José Olympio